21/09/2016

APIWTXA REALIZA REUNIÃO SOBRE PROTEÇÃO TERRITORIAL

Respondendo a uma demanda dos Ashaninka do Rio Amônia, o Exército Brasileiro e a Fundação Nacional do Índio – FUNAI deslocaram-se à aldeia Apiwtxa para realizar reunião sobre a situação da proteção territorial da Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, nos dias 30 e 31 de agosto.
Os Ashaninka da Apiwtxa realizam, rotineiramente, ações de vigilância e proteção territorial em sua Terra, de modo a garantir a integridade dos recursos naturais e evitar invasões. Desde janeiro, a Apiwtxa vem informando a Funai acerca de invasões que estão ocorrendo em seu território, sobretudo por caçadores e pescadores ilegais nos cursos dos rios Arara e Amônia. Esses invasores ingressam na Terra Indígena em busca de animais e peixes para comercializar ilegalmente no Município de Marechal Thaumaturgo. Com frequência, os invasores procuram esses recursos em território peruano, utilizando os rios da Terra Indígena como passagem para acessar outros territórios. No entanto, a preocupação dos Ashaninka da Apiwtxa é com o impacto que essas atividades ilegais têm no manejo dos recursos naturais de sua Terra pois, ainda que sejam retirados de territórios vizinhos, acabam por reduzir o estoque de animais em seu território. Além disso, estas invasões trazem outros problemas sociais associados, como exploração e abusos a comunidades vizinhas, que trocam os animais por mercadorias de valor muito inferior ao preço do produto ilegal na cidade, além de, muitas vezes, serem enganadas e abusadas por meio da oferta de bebidas alcoólicas.
Durante a reunião, foram expostos ao Exército e à Funai a situação e os desafios de proteção territorial da Terra Indígena, bem como foram discutidas possíveis estratégias de cooperação e apoio entre os órgãos para que trabalhem em uma articulação regional a fim de combater as atividades ilegais. Também, a Apiwtxa apresentou às instituições as iniciativas atuais em que a comunidade está envolvida, como o Projeto Alto Juruá (BNDES/Fundo Amazônia), que está instalando e equipando três postos de vigilância na Terra Indígena, bem como a parceria com a University College London/ExCiteS e a Comissão Pró-Índio do Acre – CPI/AC, que tem apoiado o monitoramento territorial com tecnologia digital.
No segundo dia de reunião, houve uma discussão interna da Apiwtxa, na qual foi feito o planejamento das ações de vigilância até o final o ano, bem como foram debatidos o uso e a gestão dos equipamentos utilizados para vigilância que pertencem à Associação, como GPS, celulares, baterias, binóculos, câmeras fotográficas, etc. A Apiwtxa espera, por meio da articulação com as instituições competentes e pelo fortalecimento das ações internas de monitoramento, garantir a proteção da Terra Indígena e assegurar os recursos necessários à segurança alimentar da comunidade.




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