30/05/2009

Depoimento Ashaninka na Alemanha



Lideranças Ashaninka em visita à Alemanha.
Depoimento sobre a situacão na fronteira do Brasil com o Peru.
Produção: Marcos Romao
Coleção: Open Source Movies

Índios Ashaninka denunciam os riscos para a sua subsistência

Índios Ashaninka do Brasil denunciam: "O Peru é culpado pela ameaça à nossa vida"

Empresas madeireiras do Peru ameaçam a vida de índios Ashaninka na zona fronteiriça entre o Peru e o Brasil. Madeireiros ilegais do lado peruano, penetram seu país e destroem a floresta, e a vida dos povos indígenas que ali vivem. Perseguindo-os cada vez mais no domínio dos vizinhos brasileiros: "O Peru é o culpado pelo perigo para a vida de todos nós", disseram dois porta-vozes Ashaninka, Benki Piyãko e Moisés Piyãko, que vieram do noroeste do Brasil para a Alemanha, à convite da Sociedade para os Povos Ameaçados (GfbV ). Eles querem divulgar o papel do Peru na tragédia do seu povo e pedir o apoio à protecção da floresta tropical. Os Ashaninka no Brasil desenvolvem o projeto Escola da Floresta "Yorêka Atame" que dissemina o uso sustentável dos recursos maturais da floresta tropical.

O GfbV agendou com os porta-vozes Ashaninka duas reuniões com o Comissário dos Direitos Humanos do Governo Federal, Guenter Nooke, representantes da Comissão de Direitos Humanos e Assuntos Humanitários e da Comissão para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

"Nós, da aldeia Ashaninka Apiwtxa do Rio Amônia, no Brasil, temos áreas protegidas de peixes selvagens e de criação, uma apicultura construída, barragens construídas de forma a que os peixes nos rios e lagos desovem nos seus lugares. Estamos também trabalhando culturas alimentares, árvores frutíferas e de madeira, para aumentar a diversidade biológica", diz Benki Piyãko. Ele está convencido de que esta forma de uso sustentável das florestas é o modelo para os empobrecidos vizinhos do Peru, quando forem melhor protegidos pelo seu país dos invasores ilegais.

A escola da floresta Yorêka Atame, no estado brasileiro do Acre, desde 2007, treinou um total de 2000 Ashaninka e jovens não-indígenas da cidade de Marechal Taumaturgo para o uso sustentável da terra. Durante o treinamento 50.000 árvores frutíferas foram plantadas. Jovens parentes Ashaninka peruanos também se beneficiaram da formação ambiental. O GfbV apoiou o projeto desde 2004.

"Considero o nosso país como o país mais rico da terra", diz Benki Piyãko. "Não devemos permitir que as nossas riquezas naturais sejam destruídas para sobreviver. Existem milhares de índios que vivem na floresta sem destruí-las!"

Durante a visita dos dois oradores dos Ashaninka, GfbV publica um memorando atualizado sobre a situação também ameaçada por madeireiros ilegais das comunidades indígenas que vivem em isolamento voluntário.

* Fonte: Imprensa Declaração Göttingen / Berlim, 29/05/2009. Editora: Sociedade para Povos Ameaçados e. V. Postfach 20 24, D-37010 Göttingen, Tel: 0551/49906-25, Fax: 0551/58028 E-mail: presse@gfbv.de - Internet: www.gfbv.de - publicado na Schattenblick em 30 Mai 2009.
Leia o original em alemão, AQUI

Visita da floresta na Alemanha

Visita da Floresta:
Irmãos xamãs precisam de ajuda na luta contra a máfia da madeira
*

Berlim - Salve o nosso povo indígena! Com este pedido desesperado Benki (35) e Moisés Piyãko (39) chegaram a Berlim. Os nativos da floresta no Brasil sofrem terrivelmente sob as maquinações criminosas de empresas madeireiras: seus patrões desmatam a floresta tropical, assassinatos pavimentam seu caminho, onde o povo Ashaninka vive justa e pacíficamente.

Moisés Benki usam artesanato e pintam o rosto e roupas de algodão colorido. Mas os irmãos xamãs da região Amazônica estão em Berlim, para pedir uma imediata assistência do governo: "É ilegal a atuação dessas empresas, especialmente no Peru, onde desmatam maciçamente áreas florestais", diz Moisés Piyãko. Primeiro foram as empresas madeireiras, agora perfuração de petróleo, uma e outra vez, há assassinatos.

O que tudo isso tem a ver com a gente em Berlim, o que podemos fazer? "Quem compra mobiliário com rótulos ecológicos, deve ser suspeito", dizem os irmãos. "Muitas vezes compram madeira criminosa de uma madereira "limpa", que possui selo de certificada. Onde está escrito orgânico, nem sempre é ecologicamente limpo.

O que eles querem com Günter Nooke (CDU), o Representante dos Direitos Humanos do Governo, é apenas a discutir. Este encontro foi promovido pela Sociedade para Povos Ameaçados. Benki Piyãko: "Gostaríamos também de pedir apoio à nossa Escola da Floresta, que ensina o uso sustentável da floresta."

* Berliner Kurier, 30/05/2009
Leia o original em alemão, AQUI

27/05/2009

Ashaninka convidados na Alemanha

Ashaninka da zona fronteiriça do Peru, Brasil, convidados na Alemanha*

Quarta-feira, 27 Maio de 2009, 19h
Será apresentado o filme "A gente luta mas come fruta", dos Ashaninka no Brasil. Neste filme os Ashaninka do Brasil retratam o fluxo no rio Amônia, como eles vivem, o que eles têm desenvolvido de conceitos para um futuro em harmonia com a natureza, a resistência e o que eles têm de ultrapassar. O filme é de 2006, demora 40 minutos e está em versão original com legendas em Inglês. Na sequência será possível discutir com os dois Ashaninka Benki e Moises Piyako.

Onde
Casino im Theaterhaus Mitte, Berlim-Mitte, Koppenplatz 12

Desde o início de 1990, os Ashaninka do rio Amônia lutam contra projetos de empresas madeireiras nas proximidades do rio Juruá, onde os dois lados da fronteira, brasileiro e peruano, estão em risco. O risco é principalmente do Peru, onde a exploração de matérias-primas é levada adiante. O trabalho ilegal dos madeireiros tem afetado repetidamente grupos indígenas em isolamento voluntário, que vivem no lado peruano da fronteira. Os povos indígenas na região fronteiriça se sentem sozinhos em sua luta por sua cultura e pela preservação do meio ambiente.

Mais informações sobre a Sociedade para Povos Ameaçados: http://berlin.gfbv.de/

Entrada livre / doações bem-vindas

* Leia o original em alemão, AQUI

22/05/2009

Lideranças Ashaninka na Alemanha

Escola da Floresta para a proteção da floresta.
Convite para reunião de imprensa 29/5/2009
*

Os dois índios Ashaninka Benki Piyãko e Moisés Piyãko partiram do noroeste do Brasil para pedir apoio ao Governo Federal para a sua escola na Floresta. A Sociedade para Povos Ameaçados (GfbV), convidou os dois nativos para reuniões em Berlim com o Comissário dos Direitos Humanos do Governo Federal, Guenter Nooke, representantes da Comissão de Direitos Humanos e Assuntos Humanitários e da Comissão para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. A escola é um projeto modelo para a aprendizagem de utilização sustentável da floresta, e assim contribuir para salvar o ecossistema único.

Nós calorosamente convidamos você a uma entrevista com a imprensa
Benki Piyãko e Moisés Piyãko
Sexta-feira, 29 Maio de 2009, às 10:00
no hotel Albrechtshof, Albrecht Strasse 8, 10117 Berlin.

O GfbV irá aproveitar esta oportunidade para tratar sobre a a situação dramática dos povos isolados.

Os Ashaninka têm seu centro de formação para a educação, cultura e meio ambiente no município de Marechal Taumaturgo, no estado brasileiro do Acre. Não-índios têm se estabelecido em territórios indígenas com a sua economia, muitas vezes causando danos irreparáveis ao meio ambiente e à riqueza da floresta tropical. No Centro Yorenka Ãtame os formados aprendem métodos tradicionais de utilização sustentável dos recursos.

A Floresta Amazônica, ao longo da fronteira Brasil-Peru, onde cerca de 60.000 Ashaninka ainda vivem, está em grave perigo. Especialmente no lado peruano, onde madereiros ilegais pentram em regiões ainda intocadas. Também pode haver petróleo e gás nas áreas protegidas, e procuram também por este cobiçado commodities. Criam-se estradas, as primeiras cidades são construídas e assim se destroi o resto da floresta.

Particularmente dramática é a situação para os pequenos grupos indígenas que escolheram viver em isolamento voluntário. Até 2008 eram fotos dos índios com arcos e flechas vistos por um helicóptero, com imagens disseminadas para mundo. Suas têm se deslocado. Alguns fogem para o Brasil. Os Ashaninka experimentam seus "vizinhos invisíveis", às vezes por contato acidental com o mundo exterior, e querem protegê-los.

Os dois índios Ashaninka matém suas tradições, e representam a Associação Ashaninka Apiwtxa da comunidade no rio Amônia, no estado brasileiro do Acre. Eles usam roupas tradicionais, artesanatos e pintam o rosto.

* Leia o artigo original em Alemão, AQUI e AQUI

21/05/2009

Plano de Gestão Ashaninka

Plano de Gestão Territorial e Ambiental Ashaninka, da Terra Indígena Kampa do rio Amônia*




* GKNoronha: Projeto gráfico, produção gráfica, diagramação e finalização. Equipe: Guilherme K. Noronha e Hudson Gomes Afonso (capa e diagramação). Cliente: Comissão Pró-Índio do Acre - CPI/AC

07/05/2009

Pronunciamento das Comunidades Ashaninka da Bacia do rio Ene contra o Projeto da Hidrelétrica de Pakitzapango

Amigos,
Leiam a seguir a declaração dos Ashaninka do rio Ene, Peru, que mantém que a construção da hidrelétrica Paquitzango por Eletrobrás inundará suas terras. A linha de transmissão, em toda probabilidade, chegaria ao Brasil pelo Serra do Divisor.


PRONUNCIAMIENTO DE LAS COMUNIDADES ASHANINKA DE LA CUENCA DEL RIO ENE FRENTE A LA AMENAZA DE LA REPRESA HIDROELECTRICA DE PAKITZAPANGO*

Las comunidades Ashaninka de la Cuenca del Río Ene de los Distritos del Río Tambo y Pangoa, Provincia de Satipo, Región de Junín, reunidos en su XIII Congreso Ordinario en la Comunidad Nativa de Pichiquia, anexo de Meteni (distrito de Río Tambo), los días 24, 25 y 26 de abril del 2009, para debatir la amenaza del Proyecto de la construcción de la Represa Hidroeléctrica Pakitzapango, manifestamos lo siguiente.

Considerando que:
Nuestra historia está llena de constantes abusos: fuimos esclavizados en la época del caucho, despojados de nuestros territorios, y sometidos a crueles atrocidades durante la violencia social desde los años 1980. La Comisión de la Verdad da cuenta de cerca de 6 000 Ashaninka asesinados y desaparecidos. Aunque contribuimos con nuestra sangre y vidas a la pacificación del país, organizándonos en Comités de Autodefensa, el Gobierno nos trae nuevas amenazas: la concesión de nuestro territorio a empresas petroleras y a la construcción de una represa hidroeléctrica. Nosotros vemos estos atropellos a nuestro territorio como una violencia más que ataca directamente a nuestras vidas y a nuestro existir como Pueblo. Esto nos conduce a una sola conclusión: el Gobierno tiene la intención de exterminarnos.

El Río Ene es el alma de nuestros territorios: alimenta a nuestros bosques, animales, plantas, sembríos y sobre todo a nuestros hijos. Para el Pueblo Ashaninka el Pakitsapango es parte importante de nuestro patrimonio cultural y espiritual, ya que ahí se forman nuestras raíces. Los Ashaninka del Río Ene hemos demostrado que sabemos cuidar nuestro entorno y hemos creado el Parque Nacional Otishi y la Reserva Comunal Ashaninka, zonas de mayor biodiversidad en el planeta que serían afectadas por la construcción de la Represa Hidroeléctrica de Pakitzapango.

El Gobierno persiste en desconocer y violar nuestros derechos humanos consagrados en el Convenio 169 de la OIT y la Declaración de las Naciones Unidas sobre los Derechos de los Pueblos Indígenas. Esto se hace obvio en la Resolución Ministerial N.°546-2008-MEM/DM donde el Ministerio de Energía y Minas da en concesión a la Empresa “Pakitzapango Energía SAC” el estudio de factibilidad para la construcción de la Represa Hidroeléctrica en Pakitzapango. Esta concesión fue otorgada sin informarnos ni consultarnos, demostrando, una vez más, la falta de respeto del Gobierno Peruano hacia nuestra forma de vida y nuestros derechos.

Es indignante que nuestro Presidente Alan García y su homólogo Brasileño Luis Ignacio Lula Da Silva estén negociando la firma de un Convenio energético, por el cual se comprometen a la construcción de seis represas hidroeléctricas en el Perú, incluyendo la represa de Pakitzapango.

Teniendo en cuenta lo precedente, las comunidades Ashaninka del Río Ene:

1. Rechazamos rotundamente y Exigimos la inmediata anulación de la Resolución N.°546-2008-MEM, porque no fue informada ni consultada a las comunidades Ashaninka del Río Ene.

2. Demandamos al Gobierno Peruano el respeto y cumplimiento irrestricto de nuestros derechos humanos consagrados en el Convenio 169 de la OIT y la Declaración de la Naciones Unidas sobre los Derechos de los Pueblos Indígenas.

3. Exigimos al Gobierno Nacional, representado por el Presidente Alan García, y a las Instituciones Públicas como el Ministerio de Energía y Minas, el Congreso de la República, el Gobierno Regional de Junín, y las Municipalidades locales (Pangoa y Río Tambo) que respeten las decisiones del pueblo Ashaninka y suspendan cualquier negociación relacionada con la Represa Hidroeléctrica de Pakitzapango.

4. Exigimos a los Gobiernos Internacionales como Brasil, representado por Luis Ignacio Lula Da Silva, que respeten las decisiones del pueblo Ashaninka y suspendan cualquier negociación relacionada con la Represa Hidroeléctrica de Pakitzapango.

5. Rechazamos la utilización de la palabra del idioma Ashaninka Pakitzapango por su significado Espiritual y Cultural para las comunidades Ashaninka del Perú.

6. Rechazamos que se realicen cualquier actividad de investigación, propaganda, informe, reunión o propuesta que promueva la construcción de la Represa Hidroeléctrica de Pakitzapango. Los Ashaninka del Rio Ene no permitiremos el ingreso de cualquier institución que realice alguna de ellas.

7. Respaldamos la defensa realizada por nuestra Organización CARE (Central Ashaninka del Río Ene) y le confiamos que transmita, mantenga, y defienda nuestros acuerdos. Además debe difundir nuestra voz en todos los espacios sociales y políticos necesarios.

* Delegados y Jefes de Comunidades del Ene suscriben el Pronunciamiento Público contra el Proyecto de Hidroelectrica de Pakitzapango. Congreso Ashaninka del Río Ene 24, 25 y 26 de abril del 2009.