26/07/2008

Nativos de la frontera Perú-Brasil sufren por tala ilegal


Madereros furtivos los amenazan e incendian sus viviendas. Incluso han llegado a asesinar a varios de sus miembros.*

Los madereros vienen causando graves violaciones contra los derechos humanos de la población indígena en aislamiento que se encuentra en la frontera Perú Brasil. No solo los persiguen, sino que han llegado a asesinar a varios de sus miembros y a incendiar sus viviendas. Así lo manifestó Antonio Iviche, coordinador general del Comité Indígena Internacional para la Protección de los Pueblos en Aislamiento y Contacto Inicial de la Amazonía, el Gran Chaco y la Región Oriental de Paraguay (Cipiaci).

Precisó que tras la Misión a la frontera Perú-Brasil –realizada en junio– por una comisión integrada por dirigentes y técnicos de CIPIACI, FENAMAD y la Asociación Asháninka Apiwtxa del río Amonya, Brasil, el organismo constató que la Reserva Territorial Murunahua creada en 1997 por el Perú está parcialmente invadida por madereros ilegales que ingresan a la zona por afluentes del río Ucayali.

Es más, han abierto una red de caminos para penetrar al bosque.

* por Diário de la República Online, Peru, 26/07/2008

04/07/2008

Comitê denuncia violência contra índios isolados

por Altino Machado*
Imagem de satélite mostra malocas e roçados abertos por índios isolados que, segundo entidade, fugiram de madeireiros do Peru

Os índios isolados da fonteira Brasil-Peru estão sendo vítimas de madeireiros ilegais que incendeiam suas malocas, os perseguem, capturam e assassinam, denuncia o Comitê Indígena Internacional para a Proteção dos Povos Indígenas em Isolamento Voluntário da Amazônia, do Grande Chaco e Região Oriental do Paraguai (Cipiaci).

O Comitê baseia-se em investigações de uma comissão integrada por dirigentes e técnicos do próprio Cipiaci, da Federação Nativa do Rio Madre de Dios (Fenamad) e da brasileira Associação Ashaninka Apiwtxa do Río Amônia.

A missão, que foi coordenada pela antropóloga Beatriz Huertas, percorreu a região em junho e constatou que a Reserva Territorial Murunahua, criada em 1997 pelo governo peruano, está parcialmente invadida por madeireiros ilegais que nela ingressam por afluentes do rio Ucayali. Os madeireiros abriram estradas a partir das quais penetram na floresta e transportam toda a madeira extraída ilegalmente, especialmente o valioso mogno.

Segundo o Cipiaci, os madeireiros vêm causando graves violações contra os direitos humanos da população indígena em isolamento, como perseguições, capturas, assassinatos e incêndios das malocas.

''Estes crimes são cometidos com toda a impunidade, mesmo as autoridades locais sabendo'', afirma o relatório.

A decisão de realizar a missão na região de fronteira foi tomada no final do ano passado, antes das numerosas notícias e informações sobre deslocamentos e ataques aos indígenas isolados oriundos das florestas do lado peruano.

''Por outro lado, a pressão madeireira está levando a que os grupos isolados, regularmente distantes um do outro, vejam seus territórios reduzidos e se enfrentem entre eles em disputa por alimento e por espaço vital'', assinala o Comitê Indígena Internacional.

Região conflagrada

Segundo a organização, as pressões externas estão motivando também o deslocamento da população isolada do lado brasileiro, onde não existe atividade madeireira. As mudanças causam enfrentamentos com as populações indígenas e não-indígenas assentadas no Brasil, como é o caso das aldeias ashaninka, kaxinnawá e mestiços.

A presença de madeireiros na região também tem sido constatata pelo pessoal do Instituto Nacional de Recursos Naturais (Inrena) do Peru e por consultores que têm elaborado informes da situação do Parque Nacional Alto Purus e da Reserva Territorial Murunahua.

''As afirmações recentes de funcionários do Inrena e da Direção Geral de Povos Originários e Afroperuano, do Ministério Mulher e Desenvolvimento Social sobre uma suposta paz e tranqüilidade que se viveria na região da fronteira Peru-Brasil, de nenhuma maneira correspondem à realidade'', sustenta o Comitê Indígena Internacional.

O Cipiaci exige que se eleve a ''decreto supremo'' a norma de criação das reservas territorais Murunahua e Alto Purus da etnia Mashco Piro e que o Inrena retire imediatamente os madeireiros que invadiram as duas reservas. Também exige que o governo peruano implemente com urgência um sistema efetivo de controle e proteção de ambas as reservas, com a participação das organizações indígenas envolvidas.

A organização exige, ainda, que a Defensoria do Povo, a Controladoria da República, a Fiscalização Suprema Ambiental e o Congresso do Peru realizem investigação sobre a violação dos direitos humanos dos povos isolados, bem como da cadeia econômica da atividade florestal na região, identificando responsáveis, para executar os processos administrativos e penais necessários. Por fim, pede que sejam identificadas as ameaças futuras contra a população de ambas as reservas e sejam tomadas ações para freá-las.

O comunicado do Cipiaci coincide plenamente com a nota de esclarecimento divulgada na semana passada pelo sertanista José Carlos dos Reis Meirelles Júnior, da Frente de Proteção Etnoambiental do Rio Envira, na qual ele reafirmou que novos grupos indígenas isolados em território brasileiro são oriundos do Peru.

* Altino Machado, De Rio Branco (AC), Terra Magazine, 02/07/2008

03/07/2008

Comemoração do povo Ashaninka do Brasil

por Stefania Fernandes*

Foto Rede Povos da Floresta















O dia 24 de junho é celebrado com muita alegria pelos índios Ashaninka do Rio Amônia, pois foi nessa data, no ano de 1992, que eles conseguiram oficializar a demarcação do seu território e conquistaram segurança e liberdade para decidir o quê fazer em suas terras.

Vítimas da exploração madeireira, principalmente na década de 1980, os Ashaninka do rio Amônia conseguiram, após anos de luta e de muitos esforços, expulsar os patrões e os posseiros brancos de suas terras.

Até hoje eles lutam contra as constantes invasões de madeireiros, mas hoje podem comemorar, com muita honra, a demarcação da Terra Indígena Kampa do rio Amônia, uma área de 87.205 ha.

A festa começou no dia 23 de junho, com campeonatos de arco e flecha e futebol, e seguiu durante toda a noite com muita música, brincadeiras e caissuma, bebida tradicional feita de macaxeira.

Os organizadores da festa foram os integrantes da família Pianko, eles receberam ashaninkas do Peru, de outras comunidades do Brasil e não-índios que estiveram no local especialmente para festejar a data.

* Stefania Fernandes, Rede Povos da Floresta, 03/07/2008