31/10/2016

APIWTXA E SENAR ADOÇAM A SEMANA DO ALTO JURUÁ

O Centro Yorenka Ãtame sediou no último dia 26 de outubro, a abertura e início do Curso de Culinária à base de Doces para comunidades do Alto Juruá.
A atividade, de iniciativa da Associação Ashaninka do Rio Amônia - Apiwtxa, foi realizada em parceria com diversas instituições. Além do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR, foram parceiros, a Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar – SEAPROF, e o SEBRAE, por meio do Projeto de Desenvolvimento Territorial e Econômico – DET.  

Alcançando um público de 25 pessoas, dentre moradores da Sede de Marechal Thaumaturgo, da Reserva Extrativista do Alto Juruá, e da Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, o curso foi voltado à aprendizagem de receitas à base de frutas e outros alimentos da região.

Os ensinamentos compartilhados giraram em torno de conceitos como a valorização da produção local, o aproveitamento máximo dos alimentos, a atenção para seus aspectos nutritivos, saúde e segurança alimentar, sustentabilidade, e autonomia das comunidades.

Segundo Francisco Piyãko da Apiwtxa, a ideia central é estimular o potencial das famílias do Alto Juruá para o uso sustentável dos recursos alimentares da Amazônia, seja para o consumo de uma alimentação diversificada, nutritiva e saudável, seja para incremento da produção local e geração de renda.

Dentre as principais receitas confeccionadas pelas(os) doceiras(os) encontram-se delícias como balas, brigadeiro, compota e geleia de banana, pudim de cupuaçu, doce de abóbora com côco, doce de açaí, geleias de manga, caju, e beterraba.
Elizelda Pinheiro do SENAR, instrutora responsável por ministrar as aulas, destacou que é importante as pessoas conhecerem todo o processo de produção de uma receita, desde a melhor forma de manusear e aproveitar uma fruta, até a embalagem, o acondicionamento, os preços e a venda dos produtos.

A atividade teve carga horária de 40 horas e certificou as(os) participantes como doceiras(os). O evento foi encerrado com uma atividade na Sede do município, onde as(os) alunas(os) puderam comercializar os doces produzidos no curso.

27/10/2016

COM APOIO DO BNDES, APIWTXA REALIZA MAIS UM MÓDULO DO CURSO DE AGROECOLOGIA PARA COMUNIDADES DO ALTO JURUÁ

Mais de 50 moradores da Reserva Extrativista do Alto Juruá, Ashaninka da Terra Indígena Kampa do Rio Amônia e da Terra Indígena Kaxinawá-Ashaninka do Rio Breu participaram do II Módulo do Curso de Agroecologia do Projeto Alto Juruá, promovido pela Associação Ashaninka do Rio Amônia - Apiwtxa com apoio do BNDES/Fundo Amazônia, entre 11 e 20 de outubro.

A abertura do evento contou com a presença de Francisco Piyãko, Isaac Piyãko, Wewito Piyãko, e Benki Piyãko, lideranças da Associação Ashaninka do Rio Amônia – Apiwtxa, e de representantes da direção da Associação de Seringueiros e Agricultores da Reserva Extrativista do Alto Juruá – ASAREAJ e moradores da ResEx.
Buscando contemplar a demanda das comunidades do Alto Juruá por apoio técnico, e fortalecer intercâmbios entre conhecimentos tradicionais sobre a floresta, a atividade teve início no Centro Yorenka Ãtame, e foi conduzida pelos engenheiros florestais João Jailson Minuzzo e Pedro Cordeiro. Os instrutores reafirmaram que “não é preciso derrubar as espécies nativas para produzir comida, já que a floresta em pé é capaz de fazer isso de maneira muito mais eficiente”, conforme afirmou Cordeiro na abertura do evento.
A programação do curso tratou de temas como planejamento e implantação de sistemas agroflorestais, formação e fertilidade de solos, e permitiu o desenvolvimento de práticas como coleta de mudas e sementes, realização de canteiros, sementeiras e viveiros, e atividades de poda. Tudo foi realizado por meio de dinâmicas teóricas e práticas de aprendizagem.

Desde a última segunda-feira (17), o Curso contou com oficinas de práticas agroecológicas realizadas na ResEx do Alto Juruá e na Terra Indígena Kampa do Rio Amônia. O local onde, em breve, será inaugurada a nova sede da Associação de Seringueiros e Agricultores da Reserva Extrativista do Alto Juruá - ASAREAJ, foi visitado pelos participantes, que em seguida, se deslocaram para as quatro localidades onde ocorreram as oficinas. As práticas aconteceram de 18 a 20 nas comunidades Novo Horizonte, Iraçu, Matrinchã e Aldeia Apiwtxa, e foram abertas à participação dos moradores.


O instrutor João Jailson, que orientou a oficina na comunidade do Iraçú, afirmou sentir que os participantes do curso estão bem orientados a respeito desse tipo de prática agroecológica, “o pessoal daqui tem uma boa base de conhecimento sobre sistemas agroflorestais; por isso, procuramos trazer algo novo para eles, como a coleta e multiplicação de microrganismos, um conhecimento que acredito ter atraído bastante atenção e interesse.”  

Francisco Márcio da Silva, jovem da comunidade de Iracema registra: “os ensinamentos dos trouxeram coisas que eu não sabia muito bem, e agora com esse apoio, creio que vou poder falar para minha comunidade que a nossa esperança ficou mais forte para fazer as coisas acontecerem por lá”. Ele constata que para a juventude de sua comunidade o estudo é importante, mas é igualmente fundamental aprender e contribuir com os trabalhos que os mais velhos fazem para conservar a Reserva e produzir para a sustentação das famílias, para poder passar adiante para as futuras gerações.
Maria Vanuzia Conceição do Nascimento também diz ter aprendido muitas coisas que não sabia, para levar para os seus e levantar a Reserva. Ela acredita que o maior exemplo que aprendeu foi sobre a Apiwtxa, “que andou com suas próprias pernas, não esperou ninguém, levantou a cabeça, seguiu em frente e conseguiu muitas coisas”. Como mulher que assume seu papel na comunidade, Vanuzia diz estar firme para ajudar no trabalho, na força de vontade, no que for preciso para seguir esse exemplo da Apiwtxa, e ressalta que o Curso contribuiu muito nesse sentido.
Os moradores da Resex demonstraram-se satisfeitos por sua participação, o que tem levado a Apiwtxa a acreditar na importância da continuidade desse ciclo de oficinas agroecológicas, para que outras comunidades possam ter acesso a esse apoio. As lideranças da Apiwtxa acreditam que essa parceria estimula as comunidades da Reserva do Alto Juruá a trabalhar em busca de mais autonomia para sua população, por meio de sua própria produção, mas sempre manejando os recursos de seu território de modo sustentável, com respeito e conservação da floresta.

17/10/2016

ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS DA APIWTXA

Os últimos dois meses foram marcados por intensas atividades da Associação Ashaninka do Rio Amônia e na comunidade Apiwtxa. Entre os dias 7 e 12 de setembro foi realizada uma oficina de fotografia para representantes da Apiwtxa, na Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, ministrada pelo fotógrafo Pedro Kuperman. O resultado da Oficina foi excelente, com uma produção de fotos incríveis pelos alunos Ashaninka.
Também, a comunidade deu andamento ao mapeamento das espécies florestais para o plano de manejo de coleta de sementes nativas, com apoio do BNDES/Fundo Amazônia – uma ação estruturante para a futura comercialização de sementes para o reflorestamento.

O início de outubro foi marcado pela vitória de um representante da comunidade Apiwtxa – Isaac Piyãko – para a prefeitura de Marechal Thaumaturgo. Isaac é o primeiro prefeito indígena eleito no Estado do Acre. A eleição vitoriosa aponta para uma futura gestão municipal mais participativa e parceira das ações da Apiwtxa.
Ainda no dia 07 outubro ocorreu uma reunião da equipe do Projeto Alto Juruá com o BNDES/Fundo Amazônia, no Rio de Janeiro, na qual foram discutidos os avanços do Projeto junto às comunidades beneficiárias e as perspectivas de futuro. A execução do Projeto tem sido exemplar e foi muito elogiada pelos representantes do Banco.

Entre os dias 7 e 9 de outubro, também no Rio de Janeiro, foi realizada uma exposição de arte e artesanato dos Ashaninka do Rio Amônia, durante o evento Arte de Portas Abertas, em Santa Tereza. A exposição foi organizada pela Casa de Empreendedores Urbanos – CEU e contou com a presença de obras de colaboradores do povo Ashaninka do Rio Amônia, como fotografias de Sebastião Salgado, Oskar Matzavath e Alice Fortes. Foram também expostas ilustrações de Moisés Piyãko, atual Presidente da Apiwtxa. Durante os três dias, a exposição recebeu a visita de vários parceiros da Apiwtxa e do público em geral, que também participou das duas rodas de conversa promovidas durante a exposição.
Por fim, mas não por último, a Apiwtxa se fez presente no encontro sobre gestão territorial na fronteira promovido pela Comissão Pró-Índio do Acre/CPI-AC, na Terra Indígena Kaxinawá-Ashaninka do Rio Breu, durante o qual pode se reunir com representantes indígenas para tratar de ações de articulação na fronteira Brasil-Peru. Na ocasião, ficou marcado um encontro de monitoramento territorial junto à Aconadiysh, que ocorrerá no Centro Yorenka Ãtame no final de outubro, com vistas a fortalecer as ações de gestão territorial compartilhada nas comunidades indígenas da fronteira.