Gêneros se misturam na mostra Amazônia
Diário do Pará, 12/11/2010
A programação de hoje da Mostra Especial Amazônia Doc.2, que segue até domingo, no Cine Olympia, exibe os filmes “Limite”, de Felipe Filgueiras (SP); “Uma aldeia chamada Apitwtxa”, de Txirotsi Ashaninka (PE); “Só não tem quem não quer”, de Hildalgo Romero (SP); e “Inocente”, de Thiago Luciano e Beto Schultz (SP).
Desenvolvido através do projeto ‘Vídeo nas Aldeias’, o média-metragem “Uma aldeia chamada Apitwtxa” é uma produção realizada pela nova geração de cineastas Ashaninka.
O filme registra o cotidiano da tribo, mostrando também um pouco do histórico da etnia. O filme será exibido na segunda sessão de hoje da Mostra Especial, a partir das 19h30.
O povo da aldeia Apitwtxa habita a região de Marechal Thaumaturgo, município no estado do Acre, uma das regiões de maior biodiversidade do planeta. O povo Ashaninka, situado em territórios do Acre e do Peru, se considera como guardião da floresta, e, desde 1980, vem combatendo a exploração de madeiras, além de desenvolver técnicas de manejo sustentável.
Além de “Uma aldeia...”, os Ashaninka também já produziram “A gente luta mas come fruta” (2006); “Caminho para a vida”, “Aprendizes do Futuro”, e “Floresta Viva” em 2004; “Índios no Brasil. 10. Nossos direitos” (2000), em parceria com as tribos Kaiowá, Kaxinawá, Yanomami e Kaingang; e “No tempo das chuvas”, também em 2000.
As outras três produções que o público poderá conferir hoje no Cine Olympia vêm de São Paulo. Em pouco mais de 15 minutos, Felipe Filgueiras, diretor de “Limite”, conta a história de Ivan, funcionário de um escritório que segue a mesma rotina há muito tempo, e que, apesar de não gostar de seu trabalho, agüenta as intempéries do chefe sem reclamar. Quando essa situação atinge um nível insuportável para Ivan, ele começa a pensar em soluções extremas para sair dessa situação.
Como lidar com o autocontrole também é tema predominante em “Só não tem quem não quer”, de Hildalgo Romero. Um pequeno acontecimento na vida de Anderson faz com que as coisas percam o sentido e tudo pareça estar errado. Confuso, o protagonista opta pelo único caminho que lhe parecia possível: transbordar a raiva silenciosa e corrosiva que estava guardando.
Em “Limite”, de Thiago Luciano e Beto Schultz, a discussão vai mais além. Mais do que lidar com suas próprias emoções e com sua capacidade de autodomínio, o curta traz ao público a reflexão sobre quem realmente somos. A partir da incapacidade de lidar com um erro, o filme constrói uma narrativa que confronta a realidade humana com a sua ideia de perfeccionismo dos indivíduos. Em jogo estão dois ideais: aquele de como deveríamos ser, e aquele de como realmente somos.
ASSISTA
A Mostra Especial Amazônia Doc.2 segue em cartaz no Cine Olympia até domingo (14). Serão realizadas duas sessões por dia: uma às 17h e outra às 19h30 . Para ver a programação completa, acesse o site http://www.amazoniadoc.com. A entrada é franca.
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