29/11/2008

Índios Isolados e Dinâmicas Fronteiriças no Estado do Acre: políticas oficiais e agendas futuras para sua proteção


Foto Gleilson Miranda/Secom Governo do Acre e Funai

De 1 a 3 de dezembro de 2008, será realizado em Rio Branco o Seminário “Índios Isolados e Dinâmicas Fronteiriças no Estado do Acre: políticas oficiais e agendas futuras para sua proteção”.

O objetivo do seminário é dar continuidade às discussões sobre as políticas oficiais de proteção dos povos indígenas isolados na fronteira Acre-Ucayali, os projetos de desenvolvimento e das atividades ilícitas nessa região e os impactos que estes têm sobre as terras e povos indígenas que ali vivem. Avançar na construção de acordos e agendas para garantir a proteção dos isolados e a sua boa convivência com os povos indígenas com os quais hoje compartilham territórios.

Contexto

No lado peruano da fronteira internacional, quatro reservas territoriais (Madre de Dios, Murunahua, Mashco-Piro e Isconahua), e o Parque Nacional Alto Purús, constituem territórios de povos isolados. Apesar de seu reconhecimento oficial, essas reservas têm sido invadidas por madeireiros ilegais, gerando restrições territoriais, correrias, contatos forçados, epidemias e conflitos entre isolados e com moradores de comunidades nativas. Concessões de lotes para a prospecção e exploração de petróleo e gás e para a extração de ouro tem sido feitas pelo governo peruano no interior dessas reservas e nos territórios das comunidades nativas de suas cercanias, implicando em graves ameaças aos territórios e à sobrevivência dos isolados.

As atividades em curso do lado peruano da fronteira têm resultado em significativos impactos em terras indígenas e unidades de conservação do lado brasileiro. Invasões feitas por madeireiros têm ocorrido na TI Kampa do rio Amônia e no PNSD. As atividades ilegais no Parque Nacional Alto Purús, no alto rio Envira, forçaram a migração de um grupo de isolados para o lado brasileiro, causaram um reordenamento dos povos nas terras indígenas ali situadas e podem vir a gerar novos conflitos com famílias Kaxinawá e Ashaninka e com outros moradores da floresta. A chegada de novas comunidades ao lado peruano do rio Breu, trazidas pela Forestal Venao SRL, tem representado ameaças aos Kaxinawá e Ashaninka que habitam na terra indígena do lado brasileiro. Traficantes oriundos do lado peruano da fronteira têm usado trechos do PNSD, da Reserva Extrativista do Alto Juruá e das Terras Indígenas Nukini, Poyanawa e Mamoadate como rotas de passagem.

Programação

Com a coordenação da Comissão Pró Índio do Acre/CPI-AC, o apoio de Rainforest Foundation Noruega - RFN e The Nature Conservancy - TNC, e a parceria da Biblioteca da Floresta Marina Silva e da Assessoria Especial dos Povos Indígenas – Governo do Estado Acre, o Seminário acontecerá no Centro de Formação dos Povos da Floresta, localizado na Estrada Transacreana km 8, em Rio Branco - Acre, entre os dias 1 a 3 de dezembro de 2008.

Veja a programação completa do Seminário, aqui: “Índios Isolados e Dinâmicas Fronteiriças no Estado do Acre: políticas oficiais e agendas futuras para sua proteção”.

Saiba mais

- Índios isolados são fotografados pela primeira vez
- Os Ashaninka tornam pública sua posição quanto à prospecção
- Etnia ashaninka denuncia ação da Petrobras em terras de índios isolados
- Pressionados por madeireiras, índios peruanos fogem para o Brasil
- Mapas da sobreposição da exploração de petróleo em terras indígenas e territórios de proteção de índios isolados

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