Entre
os dias 8 e 10 de fevereiro, as famílias da Apiwtxa reuniram-se na aldeia para
revisar o Plano de Gestão da Terra Indígena. Os Ashaninka do Amônia já
trabalham com um planejamento sobre suas ações ambientais e territoriais desde 1992,
quando começaram a pensar o uso do território a partir da demarcação. Em sua
última assembléia, ocorrida em dezembro de 2015, estabeleceram a necessidade de
atualizar o plano de gestão à luz das mudanças ocorridas nos últimos anos.
Uma
das principais preocupações da comunidade é o rápido crescimento demográfico.
Como disse uma das lideranças da Terra Indígena, Francisco Piyãko: “A nossa
população está crescendo, mas a terra não vai crescer”. Daí a necessidade de se
planejar o uso dos recursos naturais e de se buscar alternativas às limitações
atuais causadas não só pelo aumento da população, mas também pelas mudanças
climáticas. Assim, na revisão do plano de gestão, foram incluídos elementos que
se referem à geração de renda, a qual está sendo pensada especialmente a partir
do estabelecimento da agroindústria em Marechal Thaumaturgo para
comercialização de polpa de frutas. Outros aspectos que foram incluídos são
regras e recomendações sobre os temas saúde e educação, que não constavam na
última versão do Plano.
No
dia 11 de fevereiro foi o momento de a Apiwtxa prestar contas aos beneficiários
do Projeto Alto Juruá sobre a execução das atividades do primeiro semestre e
informar sobre as que serão realizadas no segundo semestre. Estiveram presentes na reunião membros da Comissão
Consultiva do Projeto (composta por representantes da Apiwtxa, ResEx Alto
Juruá, Associação de Jovens Guerreiros pela Proteção da Floresta e TI Kaxinawá
e Ashaninka do Rio Breu), bem como representantes da Funai, que acompanharam
também a revisão do Plano de Gestão. A reunião foi marcada por diálogos sobre
os desafios atuais da ResEx do Alto Juruá na gestão sustentável de seu
território e no resgate da união entre indígenas e extrativistas por meio da
Aliança dos Povos da Floresta. Foi destacado que o grande desafio hoje é o de
cuidar dos territórios conquistados de forma sustentável, de modo a assegurar a
qualidade de vida das presentes e futuras gerações.
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