A
Apiwtxa recebeu, entre os dias 10 e 17 de outubro, uma comitiva de
representantes do Povo Guarani Mbya da região Sul do país, para um importante
encontro intercultural.
Realizado
entre 5 representantes Guarani e os Ashaninka da Apiwtxa, como
iniciativa do Centro de Trabalho Indigenista – CTI, o intercâmbio contou com
recursos de projeto aprovado pelo Newton Fund/British Council, em parceria
com o Centro de Antropologia da Sustentabilidade/CAOS, da University College
London. O projeto tem como objetivo principal apoiar a construção de planos de
gestão e promover a recuperação de áreas degradadas em terras Guarani, bem como
avançar nos debates a respeito da gestão de conflitos que envolvem sobreposição
de terras indígenas e unidades de conservação.
O intercâmbio
foi idealizado para apresentar o exemplo dos planos de gestão e sistemas
agroflorestais já implementados pelos Ashaninka do Amônia, e estabelecer um
compartilhamento de conhecimentos sobre organização comunitária.
O
grupo, constituído por Jaime Valdir da Silva, Marcio Mariano, Ronaldo Costa, Sergio Moreira, e Adriano
Morinico, das Terras indígenas Cantagalo (RS), Salto do Jacuí (RS), Piraí (SC),
Tarumã (SC), e Morro Alto (SC), passou
três dias no Centro de Saberes da Floresta Yorenka Ãtame, constatando os
trabalhos e resultados do reflorestamento ali iniciado há mais dez anos. Os
indígenas Guarani puderam, ainda, acompanhar parte das atividades de um curso
de Agroecologia que estava sendo oferecido pela Apiwtxa por meio de o Projeto
Alto Juruá com recursos do Fundo Amazônia/BNDES, tendo realizado práticas
como coleta e plantio de mudas e sementes de espécies da Amazônia, construção
de canteiros, sementeiras e viveiros, e atividades de poda.
Uma pequena
mostra de peças de artesanato Guarani atraiu a atenção do público presente, e
encantou um grupo de indígenas do Povo Kaxinawá que acompanhava o curso.
Em
seguida, rumaram para a Aldeia Apiwtxa na Terra Indígena Kampa do Rio Amônia,
onde visitaram os roçados, participaram de conversas com as lideranças da
aldeia, e rituais tradicionais do Povo Ashaninka.
O encontro dos Ashaninka
com os Guarani foi marcado por falas acolhedoras e emocionadas de ambas as
partes. Os Guarani, que hoje sofrem pela falta de acesso à terra e aos recursos
naturais, ficaram tocados com a vida na aldeia e com exemplo dos Ashaninka, e
elogiaram especialmente sua organização comunitária. Para os Ashaninka, foi uma
grande alegria receber os Guarani e ter a possibilidade de compartilhar seus
conhecimentos, pois esta é mais uma ação que fortalece a luta indígena no país.
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