03/11/2009

Ministro da Cultura interino, Alfredo Manevy, recebe lideranças Ashaninka, em Brasília


Difusão dos Saberes Tradicionais
Ministro da Cultura interino, Alfredo Manevy, recebe lideranças indígenas, em Brasília


por Patrícia Saldanha, com a colaboração de Andressa Mundim. Fotos: Rodrigo Coimbra. Comunicação Social/MinC, 27/10/2009

Representantes dos Pontos de Cultura Indígenas Associação Apiwtxa do Alto Rio Juruá e Centro Cultural Yorenka Ãtame, do município de Cruzeiro do Sul (AC), estiveram reunidos com o ministro da Cultura interino, Alfredo Manevy, na manhã desta terça-feira, dia 27 de outubro, em Brasília, para apresentar a proposta da criação de um Centro de Ciência dos Conhecimentos Tradicionais dos Povos da Floresta.

Segundo a liderança indígena e coordenador do Centro Cultural Yorenka Ãtame, Benki Pianco, a projeto propõe o desenvolvimento de uma tecnologia para difundir os saberes tradicionais dos povos nativos brasileiros e promover uma troca de conhecimentos com a comunidade acadêmica.


Mais do que uma proposta de valorização da cultura indígena, o objetivo do que está sendo proposto, conforme explica Benki, é promover um desenvolvimento autossustentado das comunidades tradicionais da região amazônica e proporcionar a troca de experiências entre o conhecimento milenar dos indígenas da região com a tecnologia da comunidade envolvente.

A proposta foi discutida em três diferentes reuniões realizadas no Ministério da Cultura, com a presença dos secretários da Identidade e da Diversidade Cultural, Américo Córdula, de Fomento e Incentivo à Cultura, Roberto Nascimento, e de Cidadania Cultural, Célio Turino, contando com a participação, também, do representante da Rede Povos da Floresta, João Forte, do diretor presidente da empresa de energia solar Heliodinâmica, Bruno Topel, e da liderança indígena Ailton Krenak.


O ministro interino Alfredo Manevy considerou a proposta interessante e manifestou-se favorável a adoção do projeto, faltando apenas a definição da forma como será implementado. O secretário Célio Turino sugeriu a elaboração de um plano orçamentário para viabilizar a inclusão da proposta como um projeto especial junto às ações financiadas pelo Programa Cultura Viva, da Secretaria de Cidadania Cultural do MinC.

Durante as reuniões também foram apresentadas outras ações que o ministério vem apoiando dentro dos Pontos de Cultura Indígenas, como a utilização de energia solar para alimentar os equipamentos eletrônicos, que vem sendo implementada em 26 comunidades. E a proposta que ainda está em processo de discussão dentro do MinC, de criação de Pontos de Cultura Sem Fronteiras.

Segundo o secretário Américo Córdula, esta ideia surgiu durante as discussões sobre o Programa Cultura Viva com o Paraguai, que pretende adotar o modelo dos Pontos de Cultura. A proposta cogitada trabalha com grupos indígenas de circulação em ambos os lados da fronteira, mas com o diferencial de adotar três línguas diferentes: Português, Espanhol e Guarani. Caso aprovado, o projeto deve ser estendido a todas as 39 etnias indígenas que têm correspondentes em países vizinhos e perambulam entre estes territórios.

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