por Txai Macedo *,**
Tradução do termo APIWTXA: Todos juntos.
A Democracia não deve ser esquecida, a sinceridade a favor de quem conhecemos não pode ser omitida e conhecimento é sempre uma necessidade. Quem ta com Deus nunca ta só e só anda no escuro quem quer. Por amor, verdade e justiça apresento, a você txai, e aos seus leitores, meu ponto de vista a favor da honra de quem conheço e mora no coração do povo de Páwa Henokê.
Tradução do termo Páwa Henokê: Deus nas alturas.
Prezado Txai Altino Machado, bom dia Txai.
Neste momento escrevo para te informar sobre o 5˚ (quinto) Encontro de culturas indígenas do Estado do Acre e aproveito para te fazer alguns pedidos também muito sinceros e especiais. Porém, antes de qualquer coisa, levo até você informes importantes:
JOGOS E ENCONTRO
O 1˚ Jogos da Celebração e 5˚ Encontro de Culturas Indígenas do Acre realizado de 10 a 14 de outubro de 2008 na Aldeia Ipiranga da Terra Indígena Puianawa do Barão o qual recebeu dos próprios índios Puianawa o nome de fantasia Dinamã Êwê Yữbabu o que significa Floresta casa de todos nós, foi lindo, muito proveitoso e fundamentalmente importante no que se refere a necessária, devida e responsável revitalização e valorização das culturas indígenas tradicionais da diversidade indígena deste nosso Estado acreano.
Os povos indígenas, residentes seculares do Estado do Acre e da Amazônia legal, alem de representarem a diversidade e a riqueza cultural tradicional, as nossas raízes, são compostos por etnias pertencentes aos troncos lingüísticos Aruak (Ashaninka e Manchineri), Arawa (Kulina) e a grande maioria (Puianawa, Nukini, Nawa, Arara, Jaminawa, Katukina, Shãnenawa, Yawanawa, Cuntanawa, Jaminawa-Arara e Kaxinawa), sub-grupos das famílias panos falantes das línguas Hãtxakuז, Hãná, ãná e ãnda, juntos, realizaram sobretudo, uma grande e fantástica celebração etnoexportiva, competições saudáveis que aconteceram entre as diversas etnias indígenas que se reuniram na Arena da Aldeia Global organizada pelo povo indígena Puianawa com vistas a abrigar todas as delegações étnicas indígenas do Acre, especialmente aqueles que procurassem, como na verdade e com o espírito lógico esportivo e etno-cultural procuraram aquele recinto sagrado preparado para receber e manifestar tais culturas e tais valores.
Até o Txai Marcos Frota marcou sua valiosa e honrosa presença naquele local e com profissionalismo, simplicidade, jeito harmônico e sabedoria deu um belo show para os parentes presentes. Só não se fez presente quem não quis ou não pôde chegar naquele terreiro sagrado e reservado pelos anfitriões Puianawa para receberem nossa merecida diversidade indígena e não indígena neste nosso Estado de origens indígenas. Txais e Shãnus, aqueles que não procuraram se fazerem presentes naquele lugar e naquele momento, certamente não ouviram antes Alberto Loro e Alberam Morais cantarem juntos com o povo indígena Nukê-Kuז a estrofe da musica BR – 364, especialmente a frase cantada que diz: Esta estrada vai te levar, a uma aldeia indígena. Esta linda musica foi composta por Alberto Loro em homenagem ao povo Nukê aqueles que os não índios lhes atribuíram à denominação Katukina.
Txai despreza a ira e viva com amor. Tu sabes txai, que o amor é divino e conforta. Eu não consigo acreditar que tu não te lembres com freqüência o que o Mestre ensina com coerência. Digo isto sem querer te ofender, mas, pelo que entendi ao ler um texto que eu considero deslocado e intitulado ײComentários de um anônimoײ não conheço ser do teu feitio não assumir o que escreve.
Quem é Nilton Amorim txai?
O que eu não aceito?:
I que este governo é mais autoritário do que os governos do passado. Que isso txai?.
II que para que alguém vomite sua ira contra seus adversários utilize-se enquanto salvo conduto o uso indevido dos nomes dos povos indígenas e dos seringueiros.
III e pior que tudo é tomar conhecimento através de seu http:⁄⁄ altino.blogspot.com⁄, dos comentários de Nilton Amorim que eu em particular não o conheço e que se aproveita de sua guarida para falar mal de pessoas que conhecemos e que sempre mereceram nossas considerações e respeito.
TXAI,
O recado que eu mando agora através deste artigo que te escrevo, sem arrogância, sem prepotência e sem obrigações alguma de saber de como realmente funcione o espírito jornalístico é o que se segue:
I. Quer falar com Francisco Piyãko?, fala. Quer chamar o Francisco para o campo da honra como é o verdadeiro vocabulário praticado pelos povos da floresta o chame que eu tenho certeza que ele irá e saberá honrar sua pessoa e seu povo.
II. Quer falar de dona Francisca (PITI) como ela nos foi apresentada pelo povo Asheninka fale primeiro com Antonio Piyãko esposo de PITI, pai de Francisco, Moises, IWẽki, Tôto, Dora, Alexandrina (Shaãtsy), Wêwito Valdecir,Tsirotsi, Irantxo, Sankori, Andréia e Kẽtxori. Antônio é sogro de Pôtxo e é o grande Líder Asheninka herdeiro do trono deixado por Samuel Piyãko.
III. Aquela não é uma mulher para ser julgada por qualquer endivido txai. Se você não é qualquer um como eu lhe considero que não seja. Diga a todos que não conhece a dona Francisca, a PITI que eu conheço e respeito, que ao se dirigir a ela da forma como aconteceu foi infeliz. Ao tocar no nome dela faça isso com sabedoria e respeito como eu faço. Isto não é pedestal não. É respeito e dignidade merecida por aquela pessoa que na banalidade registrada por vós em nome do desconhecido tanto desrespeita.
IV. Para maior clareza de todos aproveito o ensejo para apresentar dona Francisca (PITI) Antonio Piyãko e seus filhos: Não me sinto no direito de falar daquele povo sem falar antes de Samuel Piyãko.
V. Samuel Piyãko: Um grande líder e renomado Pajé tradicional. O maior espelho de organização política e espiritual da comunidade Asheninka que vive no Brasil. Que alias, não são apenas 430 Asheninka. Os Asheninka que vivem no território brasileiro somam mais de mil (1000) boas almas txai. No Peru existem mais 60.000 (sessenta mil Asheninka). Samuel Piyãko foi o primeiro Asheninka a vir morar no Rio Amônia e veio por opção própria. Não estava fugindo das guerras entre espanhóis e Atauapa, nem das missões religiosas e muito menos veio para explorar madeiras de lei. Antônio Piyãko não é um índio oriundo do Peru como vocês estão dizendo. Antônio Piyãko esposo de PITI é um Asheninka brasileiro e, sobretudo, acreano. Asheninka significa povo companheiro. Apiwtxa denominação do local onde vivem hoje os Asheninka significa todos juntos. Dona Francisca (PITI) não é cearense como vocês falam embora isto não lhe desabone. Ela é acreana nascida e criada nas margens do Rio Amônia, no município de Marechal Thaumaturgo em meio a cultura Asheninka. Eu conheço seus pais e seus irmãos que por sinal vocês deviam conhecê-los antes de falar abobrinhas contra eles, uma vez que eles sempre procuraram ser amigos de todos que procuraram ser amigo deles.
VI. Dona Francisca ou PITI como vocês queiram chamá-la foi uma menina nascida às margens do Rio Amônia. Ali se tornou moça. Seguindo as tradições Asheninka, ela, aquela moça, a PITI, quando certa de que estava apaixonada pelo homem com quem ela queria casar-se o qual era Antonio Piyãko. De acordo como procedem todas as moças Asheninka, ela foi a Samuel Piyãko e pediu a mão de Antonio Piyãko a casamento. O que Samuel Piyãko, depois de se certificar de que aquela moça não índia tinha mesmo certeza de que queria casar-se com seu filho prontamente consagrou o desejo demonstrado pela moça de acordo com o que a natureza falou para ele ver e sentir. Como a recíproca é verdadeira, a partir daquele momento em total respeito à cultura dos não índios Samuel Piyãko reuniu com outras lideranças Asheninka foi a casa dos pais de Piti pedi-lá em casamento para seu filho Antonio, e ao mesmo tempo pedir a extensa família a integração real ao seu povo. PITI deve ter tocado PIOBIRENTSI muitas madrugadas para expressar sua verdadeira paixão por Antonio Piyãko. Piti a partir do nascimento de seu primeiro filho: Francisco Piyãko ordenou aos filhos seguir as tradições de seu avô e seu pai. E, assim foi feito e hoje pode ser comprovado por qualquer um que se disponha a conhecê-los de verdade. O que não se pode e nem se deve é falar de alguém sem conhecê-los como pude ver nos textos que andei lendo e que não pude concordar com o que li.
Quando a ética não se faz presente deixa todos descontentes:
Num outro texto que li, o qual está intitulado: Protesto de Mulheres Indígenas que eu tenho quase certeza de que as mulheres indígenas não fizeram isto. Ao que parece é mais uma obra peçonhenta. Foi ali declarada uma verdadeira ameaça à vida de Francisco Piyãko. Que irresponsabilidade é essa txai?. Como é que você permite que na sua coluna, no seu http:⁄⁄ altino.blogspot.com⁄ se faca ameaça a lideranças indígenas que conhecemos tanto aqui em nossa região. Sem arrogância e sem prepotência. Porém, na qualidade de Sertanista da Fundação Nacional do Índio – FUNAI cumpre aqui mais uma obrigação profissional da política pública obrigatória exigindo respeito à Legislação Indigenista Brasileira e Normas Correlatas quando peço a todos que deixem os índios se organizarem livremente. Querem ajudar aos povos indígenas ajudem, empoderar suas divisões naturais e corriqueiras jamais txai.
Pois bem querido txai estou escrevendo para sugerir que se retrate e peça aos seus aliados para se retratarem também. Ao contrário é bom que se entenda, não estou ameaçando ninguém. Porem, dona Francisca (PITI) terá todo apoio necessário para se defender e garantir seus direitos de mulher e cidadã acreana e matriarca que ela é na comunidade Asheninka que ela vive, os ama e respeita.
Finalmente, na natureza é assim, quem quer colher só o bem só plante o bem no caminho. Cada um com sua beleza, com seu dom, seu estilo próprio seu espírito forte e muita certeza. O livre arbítrio é um direito para todos os brasileiros. Cada um tem um cabedal de acordo ao que Deus lhe dá, faça por merecer que Deus fará por todos sem se esquecer de nada.
* Txai Macedo, Sertanista da Fundação Nacional do Índio – FUNAI, em resposta a um comentário postado por Altino Machado no blog http://altino.blogspot.com, (aqui).
** Nota da equipe de colaboradores do blog da Apiwtxa:
A equipe de colaboradores do blog da Apiwxa solicitou à Comunidade Apiwtxa publicar aqui também este artigo do amigo Txai Macedo, por considerar que o artigo não só faz justiça ao papel fundamental desempenhado por Dona Piti na história de luta do povo Ashaninka do rio Amônia, que ele, Txai Macedo, incansavelmente também ajudou a construir. Mas este artigo é também uma lição de ética, sempre tão cara e cada vez mais necessária. Dona Piti representa para a nossa equipe o que diz o título do artigo do Txai Macedo. E à ela, sempre que nos é dado o prazer e o privilégio de encontrá-la, pedimos sua abençoada benção. E dela, sempre recebemos as mais generosas sábias palavras. Ela é aquela pessoa Laranjeira: carregada de laranja boa!
Leila Soraya Menezes, pela equipe de colaboradores do Blog da Apiwtxa.
2 comentários:
Oi? Txai. É a primeira vez que deixo um comentário aqui, mas tenho seu link faz tempo e também de vez em quando roubo umas imagens, mas não se preocupe, coloco sempre o crédito. Como é a pronúncia de Apiwtxa? apiutcha? apita? E txai? tai? tchai? Adorei saber que 'todos juntos' é apiwtxa. Volta e meia estou por aqui, sabes, atrás de Meirelles, quero dizer, saber se ele está bem e se ainda escreve alguma coisa. Gosto demais dos seus textos. Ah, seu blog é maravilhoso também. Já vou. Txai pra você também. Beijos.
Amiga Cris,
Dizemos a-pi-ú-txa, quase parece assim.
Você é muito bem-vinda, volte sempre!
Abraços
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